Texto - "Folhas Soltas" Alberto D. Guimarães

feche e comece a digitar
Anjo formoso, flor celeste, cândido jasmim... Como poderias encher de
luz e esperança a minha vida! perfumar os dias da minha mocidade! Débil
como o lírio cujas folhas transparentes tremem ao mais leve sopro da
viração; teus olhos brilhantes fazem mil promessas, têm celestiais
encantos.... Como encheriam a minha vida de supremas alegrias e doces
sorrisos! Sorrisos! Os teus são mais doces que a luz da manhã, segue-me
sempre, derramam em minha alma... mil bênçãos do céu. Nas longas noites
de febre, quando a mente enfraquece... é a ti, anjo bendito, é a ti que
eu peço sorrisos e olhares.

Nos sonhos ridentes, que a mente póvoa de ideias de amor, vejo-te,
linda, nas... ondas do mar, nas pétalas da rosa. Vejo-te e no meu peito
palpita, em anciãs; pulula o coração. Figura celeste, por ti eu deliro;
meu peito anseia de dor... vem acalmara-o num sonho amoroso... então...
cercar-me-á ignota harmonia e o maior encanto.

És qual flor que num vergel divino, com garbo ostenta purpurina cor; és
um anjo que baixou à terra; és qual estrela, que, na noite escura,
raiou formosa de brilhante luz; és como um astro que nos céus reside...
Final de esperanças, no qual contemplo... visão, miragem... ideal sem
par!