Famosos eram os tempos em que pelejamos pela liberdade do povo; tão formosos, quão negros estes em que a plebe peleja pela licença.
As nossas armas vomitavam a morte: semeava-a também o inimigo pelas nossas fileiras: e nós estávamos firmes nos píncaros das montanhas, ou, descendo, fazemo-las ressoar debaixo de nossos pés.
E arrojando-nos aos contrários, as baionetas reluziam á luz do sol; e o tinido dos ferros encontrados, e o clamor dos feridos, e o estampido dos tiros reboava pelas quebradas dos valles.
Quando a victoria, embora sanguinolenta, nos coroaram a fronte, o triumpho era para nós um delírio; porque o combate fora de homens valentes.
Na história do sofrimento humano a mais bela página é a história do nosso sofrimento. Nem a peste, nem a fome, nem a desesperação de todo o humano soccorro dobraram a robustez de corações ousados.
Porque pelejamos por uma causa justa, e Deus estava conosco.
Por serranias agrestes e áridas combatemos debaixo de sóis ardentes, e as entranhas mirraram se-nos de sede: tínhamos os lábios ressequidos como a urze já morta, e humedecido-los com as lágrimas da dor, e suportavam a sede.
Encostados a mal construídos vallos e cercados por quarenta mil soldados, vigiavam pelas noites longas e tenebrosas do inverno. A chuva caía-nós em torrentes da atmosfera densa sobre os membros mal-vestidos, e o oeste sibilava em nossas armas.
Ou se as cataratas do céu se vedava, o frio este trazia-nos o seu sopro envolvido nas geadas dos montes penhascos.
Cruel Issimas eram estas entre as noites cruéis desse tempo; porque ao redor de nós tudo estava devastado, e não havia um único tronco para alimentar a fogueira do arraial.
E o frio recalcou a vida toda no coração do soldado; e ele sem um lamento sofria o rigor de noite limitadíssima.
A fome apresentou-se diante de nós: medonho era o seu aspecto: os membros desfaleceram-nós e as armas por vezes nos caíam das mãos.
Mas o amor da pátria estava vivo em todos os corações. A Providência infundiu-nos valor, e sofremos sem murmurar a fome.
Glória a Deus! - Os últimos portugueses saíram ilesos da prova. Os antigos cavaleiros os receberam como irmãos lá onde são com o Senhor.
Bem Aventurados os que deixaram esta terra de lágrimas, porque não viram que o seu sangue era derramado em vão.
As nossas armas vomitavam a morte: semeava-a também o inimigo pelas nossas fileiras: e nós estávamos firmes nos píncaros das montanhas, ou, descendo, fazemo-las ressoar debaixo de nossos pés.
E arrojando-nos aos contrários, as baionetas reluziam á luz do sol; e o tinido dos ferros encontrados, e o clamor dos feridos, e o estampido dos tiros reboava pelas quebradas dos valles.
Quando a victoria, embora sanguinolenta, nos coroaram a fronte, o triumpho era para nós um delírio; porque o combate fora de homens valentes.
Na história do sofrimento humano a mais bela página é a história do nosso sofrimento. Nem a peste, nem a fome, nem a desesperação de todo o humano soccorro dobraram a robustez de corações ousados.
Porque pelejamos por uma causa justa, e Deus estava conosco.
Por serranias agrestes e áridas combatemos debaixo de sóis ardentes, e as entranhas mirraram se-nos de sede: tínhamos os lábios ressequidos como a urze já morta, e humedecido-los com as lágrimas da dor, e suportavam a sede.
Encostados a mal construídos vallos e cercados por quarenta mil soldados, vigiavam pelas noites longas e tenebrosas do inverno. A chuva caía-nós em torrentes da atmosfera densa sobre os membros mal-vestidos, e o oeste sibilava em nossas armas.
Ou se as cataratas do céu se vedava, o frio este trazia-nos o seu sopro envolvido nas geadas dos montes penhascos.
Cruel Issimas eram estas entre as noites cruéis desse tempo; porque ao redor de nós tudo estava devastado, e não havia um único tronco para alimentar a fogueira do arraial.
E o frio recalcou a vida toda no coração do soldado; e ele sem um lamento sofria o rigor de noite limitadíssima.
A fome apresentou-se diante de nós: medonho era o seu aspecto: os membros desfaleceram-nós e as armas por vezes nos caíam das mãos.
Mas o amor da pátria estava vivo em todos os corações. A Providência infundiu-nos valor, e sofremos sem murmurar a fome.
Glória a Deus! - Os últimos portugueses saíram ilesos da prova. Os antigos cavaleiros os receberam como irmãos lá onde são com o Senhor.
Bem Aventurados os que deixaram esta terra de lágrimas, porque não viram que o seu sangue era derramado em vão.