Ser extraordinário, tu só, rainha absoluta do coração do homem, sabes por ele ser adorada, nunca, porém, aborrecida! Quando as tuas faces estão ainda cobertas com o véu da inocência, vês a teus pés um cortejo de escravos que só acham ventura em merecer-te um sorriso. O nobre orgulhoso, se julga feliz ao ouvir-te uma palavra, que lhe faça sorrir uma lisonjeira esperança; o avarento, julgando-se pobre, vê em ti um tesouro, que o faria feliz; o pobre, que te ama, se rala de ciúmes ao ver-te rodeada de homens que não como ele te saberiam amar. Do nobre não fujas, se não receies que o amor que no peito lhe ferve, se pode gelar com ambição de brasões.
O avarento evita, porque ao possuir-te, esconderia num canto essas galãs da natureza herdadas, profanando assim o que o Criador soube formar para admiração do homem. Do pobre não rias porque tem coração.
Mulher, doce fruto do amor da divindade, se vires o homem abraçado ao feio cepticismo, eleva, com sorriso angélico, aos céus os olhos, e fazes renascer 'num coração frio o fogo das crenças.
Se quiseres que umas faces secas se cubram de pranto, chora, e verás umas novas lágrimas unidas às tuas.
Se quiseres que o moribundo conheça todo o fogo da vida, senta-te á cabeceira desse leito da morte, e ele julgará, ao ver-te, um anjo de Deus que o vem consolar; e se o não invocares a vida, é maior o teu triunfo; não terá ele necessidade de orar, porque acreditará que tu, o seu anjo da guarda, o vens visitar, para o acompanhar contente á morada dos justos.
Mulher, para que fostes criada? Nem tu o sabes! Quando pura saíste das mãos do Eterno, foi-te confiada uma missão sublime. Nasceste para consolar o homem das fadigas da vida, para lhe lembrar que há um Deus, para lhe apontares com um sorriso a estrada da felicidade, quando o espinho cruciante da mágoa lhe houver trespassado o coração. Nasceste, enfim, para dizeres, sorrindo, ao homem queres ser feliz? Ama.
Oh! mulher, se esse sorriso te cobre de bênçãos, para que abusas algumas vezes dele?
O sorriso que dá ventura, Deus nos lábios; mas o do desdém, que leva ao fundo de alma todo o fel da desgraça, só podia ensinar um demônio! Quando com aquele encaras o homem, podes vê-lo louco de amor, podes apontar para um ferro, que ele contente rasgará o peito, e ao aproximar-se da campa pronunciará religiosamente o teu nome! Quando, porém, com este ri sarcasticamente do seu amor, não lhe aborreces ainda; ama-te, mas com esse amor alimentado de ciúmes e vivente de desenganos! O homem então crê não merecer-te, forceja por adquirir meios de ser amado, e quando 'nisto pensa, o seu amor é mais intenso; se é criminoso, julga ser o crime o que de ti o aparta, e é então que abraça a virtude; se ainda assim o não chamas com um sorriso, e o seu amor não acha raias a ocupar, vê-lo-ás morrer, definhando pela dor e vítima de uma paixão louca e não correspondida! Mulher sabes quando és grande? Quando apertando ao seio um filho, pareces querer sufoca-lo com carícias, e lembrar-te só de teu filho e de Deus.
És grande também, quando a morte rouba de teus braços esse mesmo filho, e com os olhos no céu, e banhados de lágrimas, exprimes só - saudade. És grande, enfim, és sublime, não pareces mulher, és um anjo, quando ébria do amor caches, como de fadiga nos braços de teu esposo, e pareces querer articular, sem forças, essa palavra, inventada pelos anjos - amor! Oh! Quanto é bom ser feliz! Como o viver é delicioso quando se encontra no mundo uma mulher a quem idolatramos, a quem adoramos e prestamos homenagens, como se fora a própria Divindade!... No alvorecer da vida, o coração do homem tem necessidade d'amar, d'amar com todo o fogo, com toda a loucura de uma alma verdadeiramente apaixonada!... E é tão belo amar! é tão delicioso contemplar a beleza e os encantos da mulher que adoramos, e por quem sentimos o coração pulsar docemente a todos os instantes! E que fora o mundo se nele não existisse a mulher. Diz um dos nossos mais profundos e distintos descritores, todos os contentamentos, todas as consolações que as imagens celestiais e a crença divina podem gerar, e achareis que estas não suprem o triste vácuo da soledade do coração. Dai às paixões todo o ardor que puderdes, aos prazeres mil vezes maior intensidade, aos sentidos a máxima energia, e convertei o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o mundo será um ermo melancólico, os deleites apenas o prelúdio do tédio. Muitas vezes, na verdade, a mulher desce arrastada por nós ao charco imundo da extrema depravação moral; muitíssimas mais, porém, ela nos salva de nós mesmos, e pelo afeto e entusiasmo nos impele a quanto há bom e generoso.
Quem ao menos uma vez, não creu na existência dos anjos, revelada nos profundos vestígios dessa existência impressos num coração de mulher? Porque não seria ela na escala da criação, um anel da cadeia dos entes, presa de um lado à humanidade pela fraqueza e pela morte, e do outro aos espíritos puros pelo amor e pelo mistério? Porque não seria a mulher o intermédio entre o céu e a terra?
E quem há aqui, que não tenha amado, ao menos, uma só vez na vida; que não tenha sentido as doces e suaves emoções de uma verdadeira paixão; que se não tenha curvado submisso, como um escravo, ante essas mulheres, cuja beleza e atrativos mágicos e fascinadores, sabem fazer nascer em nossos peitos um afeto ardente e sem limites? Oh! ninguém, de certo; porque no alvorecer da vida, nessa risonha quadra da existência, em que vegetam e brotam todas as nossas esperanças, o homem tem precisão amar, sente a necessidade de unir a sua vida à de uma companheira afetuosa e desvelada, que partilhe assim das suas tribulações e penas, como dos seus prazeres e gozos, e que derrame em sua alma o precioso bálsamo de consolação.
O avarento evita, porque ao possuir-te, esconderia num canto essas galãs da natureza herdadas, profanando assim o que o Criador soube formar para admiração do homem. Do pobre não rias porque tem coração.
Mulher, doce fruto do amor da divindade, se vires o homem abraçado ao feio cepticismo, eleva, com sorriso angélico, aos céus os olhos, e fazes renascer 'num coração frio o fogo das crenças.
Se quiseres que umas faces secas se cubram de pranto, chora, e verás umas novas lágrimas unidas às tuas.
Se quiseres que o moribundo conheça todo o fogo da vida, senta-te á cabeceira desse leito da morte, e ele julgará, ao ver-te, um anjo de Deus que o vem consolar; e se o não invocares a vida, é maior o teu triunfo; não terá ele necessidade de orar, porque acreditará que tu, o seu anjo da guarda, o vens visitar, para o acompanhar contente á morada dos justos.
Mulher, para que fostes criada? Nem tu o sabes! Quando pura saíste das mãos do Eterno, foi-te confiada uma missão sublime. Nasceste para consolar o homem das fadigas da vida, para lhe lembrar que há um Deus, para lhe apontares com um sorriso a estrada da felicidade, quando o espinho cruciante da mágoa lhe houver trespassado o coração. Nasceste, enfim, para dizeres, sorrindo, ao homem queres ser feliz? Ama.
Oh! mulher, se esse sorriso te cobre de bênçãos, para que abusas algumas vezes dele?
O sorriso que dá ventura, Deus nos lábios; mas o do desdém, que leva ao fundo de alma todo o fel da desgraça, só podia ensinar um demônio! Quando com aquele encaras o homem, podes vê-lo louco de amor, podes apontar para um ferro, que ele contente rasgará o peito, e ao aproximar-se da campa pronunciará religiosamente o teu nome! Quando, porém, com este ri sarcasticamente do seu amor, não lhe aborreces ainda; ama-te, mas com esse amor alimentado de ciúmes e vivente de desenganos! O homem então crê não merecer-te, forceja por adquirir meios de ser amado, e quando 'nisto pensa, o seu amor é mais intenso; se é criminoso, julga ser o crime o que de ti o aparta, e é então que abraça a virtude; se ainda assim o não chamas com um sorriso, e o seu amor não acha raias a ocupar, vê-lo-ás morrer, definhando pela dor e vítima de uma paixão louca e não correspondida! Mulher sabes quando és grande? Quando apertando ao seio um filho, pareces querer sufoca-lo com carícias, e lembrar-te só de teu filho e de Deus.
És grande também, quando a morte rouba de teus braços esse mesmo filho, e com os olhos no céu, e banhados de lágrimas, exprimes só - saudade. És grande, enfim, és sublime, não pareces mulher, és um anjo, quando ébria do amor caches, como de fadiga nos braços de teu esposo, e pareces querer articular, sem forças, essa palavra, inventada pelos anjos - amor! Oh! Quanto é bom ser feliz! Como o viver é delicioso quando se encontra no mundo uma mulher a quem idolatramos, a quem adoramos e prestamos homenagens, como se fora a própria Divindade!... No alvorecer da vida, o coração do homem tem necessidade d'amar, d'amar com todo o fogo, com toda a loucura de uma alma verdadeiramente apaixonada!... E é tão belo amar! é tão delicioso contemplar a beleza e os encantos da mulher que adoramos, e por quem sentimos o coração pulsar docemente a todos os instantes! E que fora o mundo se nele não existisse a mulher. Diz um dos nossos mais profundos e distintos descritores, todos os contentamentos, todas as consolações que as imagens celestiais e a crença divina podem gerar, e achareis que estas não suprem o triste vácuo da soledade do coração. Dai às paixões todo o ardor que puderdes, aos prazeres mil vezes maior intensidade, aos sentidos a máxima energia, e convertei o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o mundo será um ermo melancólico, os deleites apenas o prelúdio do tédio. Muitas vezes, na verdade, a mulher desce arrastada por nós ao charco imundo da extrema depravação moral; muitíssimas mais, porém, ela nos salva de nós mesmos, e pelo afeto e entusiasmo nos impele a quanto há bom e generoso.
Quem ao menos uma vez, não creu na existência dos anjos, revelada nos profundos vestígios dessa existência impressos num coração de mulher? Porque não seria ela na escala da criação, um anel da cadeia dos entes, presa de um lado à humanidade pela fraqueza e pela morte, e do outro aos espíritos puros pelo amor e pelo mistério? Porque não seria a mulher o intermédio entre o céu e a terra?
E quem há aqui, que não tenha amado, ao menos, uma só vez na vida; que não tenha sentido as doces e suaves emoções de uma verdadeira paixão; que se não tenha curvado submisso, como um escravo, ante essas mulheres, cuja beleza e atrativos mágicos e fascinadores, sabem fazer nascer em nossos peitos um afeto ardente e sem limites? Oh! ninguém, de certo; porque no alvorecer da vida, nessa risonha quadra da existência, em que vegetam e brotam todas as nossas esperanças, o homem tem precisão amar, sente a necessidade de unir a sua vida à de uma companheira afetuosa e desvelada, que partilhe assim das suas tribulações e penas, como dos seus prazeres e gozos, e que derrame em sua alma o precioso bálsamo de consolação.