Eu te saúdo ó Sol, bello astro amigo!
(Tão pontual há tantos centos de anos)
Mais reluzente que um broquel antigo,
Mais dourado que sceptros de tyranos;
Avé, heroica luz! viva e sonora,
Vestindo o mundo, enquanto aos céus erguidas,
As florestas extensas dão gemidos,
E o duro mar se chora!
Eu te saúdo, ó astro das batalhas!...
Por que através das suas dissensões,
Douras o pó que se ergue das mortalhas.
E levantas os nossos corações!
E por isso, ainda hoje, e eternamente,
Os românticos te hão de a te saudar,
- E os tristes sempre irão, à luz poente,
Ver-te morrer no mar!
Tu és a Voz; a Côr; as Harmonias
Acordam com as tuas claridades;
És quem benze as aldeias e as cidades,
E quem fases cantar as cotovias;
És quem inspira estranhas teorias,
És forte, são, consolador e bom!
Tem a lua silêncios e elegias;
- Mas tu a Côr e o Som!
Eu te saúdo, ó astro dos guerreiros!...
Eterno confessor de madrigais,
Que degelar os densos nevoeiros,
Que alegras as sonoras capitães;
Que dás valor nos campos marciais,
E força e amor aos aldeões trigueiros,
E que incitas os tigres carniceiros
A beber nos caudais!
Desde a Chaldea ás tristes solidões,
Tens tido cultos, templos levantados,
E velhos ritos bárbaros sagrados,
E alegres, sensuais religiões!...
Tu foste Mithras, nome cabalístico,
Baal, Agni, Apollo (invocações)
- E hoje Christo - teu nome oculto e místico -
Fere ainda os corações!
Quem contará, ó luz, tuas bondades?...
E o amor no qual o coração abrasas,
E as tuas funerais solemnidades
Á ideal palpitação das asas?...
Quem nos livra das flechas do pecado?
Quem faz na íntima terra o diamante?
Quem gera o monstro, a pomba, o lyrio amado,
E a ideia extravagante?
Ave! pois, isto caro dos valentes...
Da Força, Vida, Glória, da Paixão,
A flexa de ouro aos corações ardentes,
Astro amigo das lutas e da Acção!
Ave! e em dias cruz da expiação
Vai, e beija - nas hervas reluzentes -
Os que morrem, vencidos combatentes,
- A espada ainda na mão!
(Tão pontual há tantos centos de anos)
Mais reluzente que um broquel antigo,
Mais dourado que sceptros de tyranos;
Avé, heroica luz! viva e sonora,
Vestindo o mundo, enquanto aos céus erguidas,
As florestas extensas dão gemidos,
E o duro mar se chora!
Eu te saúdo, ó astro das batalhas!...
Por que através das suas dissensões,
Douras o pó que se ergue das mortalhas.
E levantas os nossos corações!
E por isso, ainda hoje, e eternamente,
Os românticos te hão de a te saudar,
- E os tristes sempre irão, à luz poente,
Ver-te morrer no mar!
Tu és a Voz; a Côr; as Harmonias
Acordam com as tuas claridades;
És quem benze as aldeias e as cidades,
E quem fases cantar as cotovias;
És quem inspira estranhas teorias,
És forte, são, consolador e bom!
Tem a lua silêncios e elegias;
- Mas tu a Côr e o Som!
Eu te saúdo, ó astro dos guerreiros!...
Eterno confessor de madrigais,
Que degelar os densos nevoeiros,
Que alegras as sonoras capitães;
Que dás valor nos campos marciais,
E força e amor aos aldeões trigueiros,
E que incitas os tigres carniceiros
A beber nos caudais!
Desde a Chaldea ás tristes solidões,
Tens tido cultos, templos levantados,
E velhos ritos bárbaros sagrados,
E alegres, sensuais religiões!...
Tu foste Mithras, nome cabalístico,
Baal, Agni, Apollo (invocações)
- E hoje Christo - teu nome oculto e místico -
Fere ainda os corações!
Quem contará, ó luz, tuas bondades?...
E o amor no qual o coração abrasas,
E as tuas funerais solemnidades
Á ideal palpitação das asas?...
Quem nos livra das flechas do pecado?
Quem faz na íntima terra o diamante?
Quem gera o monstro, a pomba, o lyrio amado,
E a ideia extravagante?
Ave! pois, isto caro dos valentes...
Da Força, Vida, Glória, da Paixão,
A flexa de ouro aos corações ardentes,
Astro amigo das lutas e da Acção!
Ave! e em dias cruz da expiação
Vai, e beija - nas hervas reluzentes -
Os que morrem, vencidos combatentes,
- A espada ainda na mão!